A estadunidense Cardi B, uma das maiores rappers do mundo na atualidade, surpreendeu os brasileiros mais uma vez ao fazer uma publicação elogiando o brega-funk do pernambucano Dadá Boladão em parceria com Tati Zaqui e OIK. A faixa Surtada foi lançada em 2019, com produção do também recifense JS Mão de Ouro. Ela também expressou o desejo de fazer uma nova versão da música. “Eu quero fazer essa música em espanhol. Eu amo essa música”, escreveu Cardi no Twitter.
Em entrevista ao Diario, Dadá Boladão revelou que a sua equipe está tentando entrar em contato com a norte-americana – o artista tem contrato com a KondZilla, uma das maiores produtoras de funk do Brasil, e suas plataformas são geridas pela Sony Music. “Fiquei muito surpreso e estou feliz por tudo o que vem acontecendo desde que ela postou. Eu fiquei sem acreditar, de verdade, pois saber que uma artista do tamanho da Cardi B curtiu a minha música é um motivo de orgulho, muito orgulho mesmo.”
Em 2019, Surtada entrou para a lista dos 200 sucessos mundiais do Spotify e também foi um dos hits do carnaval do ano seguinte. “Essa música mudou a minha vida. Eu nunca tinha tocado no Sul, só tocava em capitais vizinhas do Recife. No passado, o brega-funk não era tão reconhecido, era um ritmo que estava sempre chegando. Surtada foi um sucesso que passou 36 dias no Top 1 do Spotify Brasil”, diz o cantor.
De fato, a música mudou o rumo da carreira de Alef Pereira (nome de batismo do artista), que ingressou no ramo aos 18 anos. Ele ficou conhecido em Pernambuco pela dupla Tocha e Dadá e, em carreira solo, despontou sucessos como Revoltada, regravada por Solange Almeida em dueto com Ivete Sangalo, em 2017. A visibilidade proporcionada pelas cantoras fez Dadá assinar um contrato com a Sony Music.
Já Surtada possibilitou a entrada de Boladão na KondZilla. “O pessoal que toma conta das minhas plataformas está tentando entrar em contato com a equipe da Cardi B para alinhar essa possibilidade”, diz. Questionado sobre a projeção nacional do brega-funk nos últimos anos, o MC afirma que as pessoas veem o ritmo com aspecto de novidade. “A mistura de ritmos também conta, pois essa união do brega com o funk torna a batida muito contagiante. Lembra muito o reggaeton, que é um gênero estourado no mundo inteiro.”
O cantor também ressalta a importância de um pernambucano assumir esse local de visibilidade, já que o ritmo surgiu no estado – embora ainda criticado por alguns setores da sociedade. “Quando uma música de Pernambuco estoura nacionalmente, é um passo para todos os cantores, dançarinos e produtores. Todo mundo fica feliz em ver seus parceiros na luta, crescendo também. Só temos a ganhar, o brega-funk e quem curte.”
Matéria: Diário de Pernambuco
