A atriz e youtuber Antônia Fontenelle foi criticada por comentários xenofóbicos sobre DJ Ivis, que aparece em vídeos batendo na ex-mulher, Pamella Holanda (veja as imagens aqui). Ao se posicionar contra as agressões, Fontenelle disse:
“Esses ‘paraíbas’ fazem um pouquinho de sucesso e acham que podem tudo. Amanhã vou contatar as autoridades do Ceará para entender porque esse cretino não foi preso.”
Dj Ivis, que é paraibano, mora em Fortaleza. As declarações de Fontenelle foram divulgadas em uma rede social. Após as críticas, ela voltou a falar sobre o assunto e disse que “paraíba” é uma expressão.
Pouco depois, paraibanos como Juliette Freire, campeã do BBB 21; Flay, participante da edição de 2020 do mesmo programa; Gessica Kayane, a Gkay, que é influenciadora digital; e Chico César, cantor, fizeram comentários sobre a fala de Fontenelle.
Fontenelle, então, afirmou que já estava esperando represálias e que as acusações contra ela não passavam de uma tentativa de abafar a violência.
“Esse bando de desocupado aí da máfia digital que não tem nada o que fazer. Se juntaram pra agora me acusar de xenofobia. De novo? Num cola! Já tentaram me acusar de xenofobia. (…) Porque eu falei esses paraíba (sic), quando começam a ganhar um pouquinho de dinheiro acham que podem tudo. Paraíba eu me refiro a quem faz paraibada, pode ser ele sulista, pode ser ele nordestino, pode ser ele o que for. Se fizer paraibada, é uma força de expressão”, afirmou.
A paraibana Juliette Freire afirmou em uma rede social que “não é força de expressão, é xenofobia”. “Não existe ‘ser Paraíba’ e ‘fazer paraibada’. Existe ser paraibana/o, o que sou com muito orgulho”, disse ela.
Para Flay, a fala de Fontenelle foi reducionista ao atribuir a violência a “ser Paraíba”. Ela também lembrou de como foi inferiorizada por ser paraibana, nordestina, preta, pobre e humilde.
Já Gkay disse que essas expressões xenofóbicas precisam ser banidas e são obsoletas, ultrapassadas e ofensivas.
O ator paraibano Thardelly Lima também se posicionou nas redes sociais: “De onde foi que ela tirou que uma pessoa que comete qualquer burrice, estabanada, crime, ou qualquer coisa, tem o direito de ser chamada de paraibanada?, questionou.
No Instagram, o músico Chico César compartilhou uma postagem feita pelo também cantor e compositor paraibano Titá Moura.
“Titá deu a fita, a gente diz com arte: Paraíba, estilhaços em toda parte”, disse Chico César ao compartilhar uma frase do cantor.
Além dos artistas, uma página em uma rede social chamada “n0rdestinos” questionou sobre a origem do termo. “Eu sinceramente quero entender de onde surgiu esse termo de paraibada. Aqui na Paraíba ninguém utiliza”, afirmou.
A influenciadora digital Renata Uchôa também se posicionou.
“Não existe você se referir a uma pessoa como ‘o Paraíba’, ou pior, criar uma coisa como ‘paraibada’. Nós somos paraibanos e qualquer coisa fora disso é pejorativo. Claro que ela falou de forma pejorativa, claro que as pessoas falam de forma pejorativa, assim como se referem a ‘o baiano’ quando quer chamar alguém de preguiçoso. Isso precisa acabar”.
Por G1.Globo