A atriz e youtuber Antônia Fontenelle foi indiciada pela Polícia Civil da Paraíba pelo crime de preconceito após comentários xenofóbicos sobre o DJ Ivis, que aparece em vídeos agredindo a ex-mulher, Pamela Hollanda. De acordo com o inquérito policial, as atitudes de Fontenelle caracterizam manifestações preconceituosas generalizadas, direcionadas a todos os paraibanos.
Como conclusão das investigações, o delegado Marcelo Antas Falcone entendeu por indiciar Antônia Fontenelle na Lei do Racismo, que prevê pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa para o crime de preconceito ou discriminação.
O g1 solicitou resposta da atriz através de email, mas não obteve resposta até as 8h30 desta quarta-feira.
Os vídeos de agressões contra Pamella foram divulgados por ela nas redes sociais. No dia seguinte, Fontenelle se posicionou contra as agressões e postou o seguinte texto nas redes sociais, ao comentar o assunto:
“Esses ‘paraíbas’ fazem um pouquinho de sucesso e acham que podem tudo. Amanhã vou contatar as autoridades do Ceará para entender porque esse cretino não foi preso”.
Dj Ivis, que é paraibano, mora em Fortaleza e foi preso no dia 14 de agosto. Após as declarações de Fontenelle, cantores, artistas, famosos, blogs e várias páginas de entretenimento criticaram o uso da expressão “paraíba” com cunho negativo. Após as críticas, ela voltou a falar sobre o assunto:
“Esse bando de desocupado aí da máfia digital que não tem nada o que fazer. Se juntaram pra agora me acusar de xenofobia. De novo? Num cola! Já tentaram me acusar de xenofobia. (…) Porque eu falei ‘esses ‘paraíba’ quando começam a ganhar um pouquinho de dinheiro acham que podem tudo. ‘Paraíba’ eu me refiro a quem faz ‘paraibada‘, pode ser ele sulista, pode ser ele nordestino, pode ser ele o que for. Se fizer paraibada, é uma força de expressão”, disse a atriz em um vídeo.
As investigações contaram com o apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que cumpriu carta precatória para interrogatório da indiciada na capital fluminense pela Delegacia de Polícia Civil da Barra da Tijuca. Conforme informações da Polícia Civil, durante o interrogatório Antônia Fontenelle informou que usou as expressões para se referir ao DJ, mas não pretendia atingir a população da Paraíba ou qualquer nordestino, nem tampouco ofender grupos ou demonstrar superioridade. Afirmou, ainda, que suas palavras foram proferidas no auge de sua indignação.
Com a conclusão das investigação, o procedimento será encaminhado para o setor judiciário, para que o Ministério Público adote as providências cabíveis.
Antônia Fontenelle chegou a ajuizar um habeas corpus com o objetivo de impedir a realização das investigações. No entanto, a liminar pedida pelo advogado foi negada pela Justiça.