O pianista Nelson Freire, considerado um dos maiores do mundo e detentor de vários prêmios, morreu no Rio na madrugada desta segunda-feira (1º), aos 77 anos.
O músico estava em casa. As causas da morte ainda não foram reveladas.
Carreira começou cedo
Mineiro de Boa Esperança, nascido em 18 de outubro de 1944, Nelson Freire começou a tocar piano aos 3 anos de idade, vendo a irmã estudar o instrumento. Dois anos depois, ele fez seu primeiro recital, no Teatro Municipal de São João Del Rei.
Nelson Freire teve na pianista argentina Martha Argerich sua grande amiga e parceira artística, com quem fez várias turnês e onde se apresentou em peças de dois pianos.
Nelson Freire nunca parou de estudar. Passava a maior parte do tempo em casa, sozinho, se exercitando e desenvolvendo a técnica que o tornou um dos maiores pianistas dos séculos 20 e 21.
Em 2003, o cineasta João Moreira Salles lançou um documentário sobre a vida e a obra de Freire. O filme mostra a rotina e as turnês mundiais do maior pianista brasileiro de seu tempo. O público conhece a infância, os primeiros acordes e os sacrifícios feitos pela família.
Naquela noite, os pais se preocuparam que ele dormisse antes da apresentação e fizeram questão de massagear as mãos dele para afastar o frio.
O talento de Nelson o levou à Europa com 12 anos para estudar com os melhores professores. Com 15, ele dava seus primeiros concertos.
Consagrado pela crítica europeia, Nelson se apresentou com as melhores orquestras do mundo e se tornou um dos grandes intérpretes de Beethoven. Ele também era conhecido por ser um grande intérprete de Chopin.
Durante décadas, Nelson se recusou a fazer gravações. Para ele, a música só acontecia ao vivo, diante do público. A partir de 2001, ele começou a lançar grandes discos, como o dedicado à obra de Debussy. Ele também fez interpretações da obra de Villa-Lobos.
Matéria completa: G1 Globo