Em uma semana, as urnas nos Estados Unidos serão fechadas, e terá início aquela que promete ser uma das mais imprevisíveis e tensas apurações da História recente do país. As pesquisas apontam para um empate, dentro da margem de erro, entre a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, com uma ligeira vantagem para o republicano. Confira os números da reta final da campanha com o Tracker, a ferramenta do GLOBO que traz as médias das últimas pesquisas nos EUA.
Os republicanos chegaram decididamente mais confiantes aos últimos dias de uma campanha marcada pela troca do candidato que buscava a reeleição às vésperas da Convenção Democrata e por duas tentativas de assassinato do líder da oposição. Trump crê ter acertado ao desafiar o comando de sua campanha, que defendia mirar exclusivamente no que as pesquisas mostram ser os pontos mais frágeis de Kamala — economia e imigração. Sem deixar de lado a pregação xenófoba, o ex-presidente aumentou o tom dos ataques baixos e mentirosos a Kamala (“fascista”, “comunista”, “com QI baixo”, “preguiçosa”, “viciada”). Sua aposta é a repetição de 2016, quando derrotou a ex-secretária de Estado Hillary Clinton com a força de sua base.
Ao mesmo tempo, interrompeu eventos para falar do tamanho da genitália de um mito de golfe e dançar ao som de Ave Maria e hits do Village People. Vulgaridades e bizarrices que o levaram a ser ridicularizado por seu antecessor, Barack Obama. No Wall Street Journal, o todo-poderoso conselheiro de George W. Bush, Karl Rove, no entanto, cravou: “Quem parece estar se divertindo na campanha é Trump, não mais Kamala. E isso faz com que ele passe, justo no fim, a aura de vitorioso”.
Entre os democratas, já há quem questione se foi um erro a mudança de rumo da campanha. Deixou-se em segundo plano a “alegria” que marcara a apresentação de Kamala aos americanos, em tudo oposta ao cenário sombrio dos comícios do ex-presidente. E investiu-se, em uma repetição da estratégia vitoriosa de Biden, em 2020, no alerta aos eleitores do risco aumentado de uma segunda temporada de Trump na Casa Branca. Os alvos são, a partir do que indicam pesquisas internas do Partido Democrata, eleitoras do subúrbio dos estados decisivos — com histórico de voto republicano, mas anti-Trump — decididas a proteger seus direitos individuais, notadamente os reprodutivos, e assustadas com a escalada autoritária da retórica do ex-presidente.
Para entender o momento da corrida, o GLOBO traz para você o Tracker, um agregador das pesquisas nos sete estados onde a eleição será de fato decidida — Arizona, Wisconsin, Michigan, Nevada, Carolina do Norte e Pensilvânia — e dos números nacionais, que medem o humor do eleitorado. A ferramenta mostra a evolução da média das sondagens desde o anúncio da desistência de Joe Biden, no dia 21 de julho, e como eventos cruciais, como as Convenções Nacionais e os debates entre os candidatos à Presidência e à Vice-Presidência, pesarão na hora do voto. (Colaborou Eduardo Graça)
Com OGlobo.com