A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) realizou, na manhã desta quinta-feira (6), uma reunião histórica sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com participação de 16 associações, desde o campo da música gospel, ao LGBTQI+, culturas populares, Carnaval e Carnaval Tradição. A ideia foi iniciar um processo educativo para que a equipe da Funjope – técnicos, produtores, artistas – pense, com regularidade, a LDO com vistas à formação da Lei Orçamentária Anual (LOA) que será, posteriormente, discutida na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP).
“Os testemunhos da reunião dão conta de que esta foi uma experiência única que a Funjope realizou. Nunca, nenhuma administração da Funjope se propôs a esse tipo de conversa antes de finalizar a LDO. Os artistas e os representantes dos grupos apresentaram sugestões tanto de eventos, como de atuações que a Funjope pode ter e que podem estar previstas na nossa LOA”, observou o diretor-presidente da Funjope, Marcus Alves.
Caio Ceragioli, membro do Grupo de Trabalho do Conselho Municipal de Cultura para discutir a LDO, pelo Fórum de Teatro, também saiu satisfeito do encontro. “Fiquei feliz com esse diálogo. Pessoas que estão na luta há 40 anos contaram que essa foi a primeira vez que se fez uma reunião. O diálogo para a construção coletiva é essencial. Estou no Conselho e sempre tivemos dificuldades com a Funjope. A expectativa agora é construir ideias e, nessa construção coletiva, todo mundo ganha, principalmente a cultura”, afirmou.
O presidente do Folia de Rua, Sérgio Nóbrega, avaliou a reunião como produtiva e disse que a expectativa é a melhor possível. “É uma construção coletiva que vai dar um norte a inúmeros encaminhamentos. Vemos o tamanho dos eventos, projetos e ações que podem ser desenvolvidos e que poderemos concretizar em parceria com a Funjope, com a construção da LDO. A Funjope está de parabéns e temos que reconhecer a importância desse momento”, elogiou.
Daniel Paulo Castro, presidente do Coletivo dos Capoeiristas de João Pessoa, também afirmou que a reunião foi muito proveitosa. “Tivemos a oportunidade de falar. Isso nunca aconteceu na história da LDO, que sempre foi construída sem nossa participação. Agora, sim, pudemos fazer parte, com representantes de vários segmentos da cultura. Apresentamos nossas propostas e ficamos bastante animados”, completou.
“Esta é a primeira vez que somos chamados para discutir a LDO com a Fundação. Para nós, foi uma surpresa o secretário nos chamar. Isso foi muito especial. Colocamos nossas pautas, buscamos um pouco de prioridade em João Pessoa. Precisamos da cultura para transformar o pensamento lgbtfóbico. A fundação está de parabéns. A partir do momento em que o gestor se abre, as coisas passam a ser diferentes”, comemorou Dhell Felix, coordenador da Iguais ONG LGBT.
Estavam presentes os diretores da Funjope Mô Lima, de Culturas Populares; Antônio Alcântara, de Ação Cultural, e Ricardo da Silva Almeida, administrativo-financeiro.
Texto: Lucilene Meireles
Edição: Cristina Cavalcante
Fotografia: assessoria