Com a ideia de promover, através da arte, a ocupação urbana da Capital, recuperando espaços degradados, a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) está iniciando o projeto ‘Galeria de Rua’. A iniciativa ocorre dentro do Festival Internacional de Fotografia ‘Colóquio da Imagem’, do qual a Funjope é correalizadora. A nova perspectiva começa no viaduto da Avenida Tito Silva, no bairro Castelo Branco. Oito grandes painéis, que representam 30 artistas visuais, ficam disponíveis até o final de outubro.
“A iniciativa é uma experiência de ocupação urbana com a arte e nós estamos fazendo uma ação que mostre à população uma arte pública de qualidade, com criatividade e que recupera os espaços degradados. O viaduto é um desses espaços”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Para chegar à concretização da ação com os artistas, foi mobilizado um trabalho integrado e coletivo pela Funjope e as secretarias de Infraestrutura (Seinfra), Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
“Todos trabalhamos irmanados no objetivo de promover a valorização da arte pública e restaurar esses espaços urbanos. Há uma beleza dupla nessa ação desenvolvida por esse coletivo de artistas”, acrescentou Marcus.
Ocupação do Espaço Vazio – O fotógrafo Ricardo Peixoto, curador do Festival e integrante do Coletivo Brincantes de Imagens, explicou que o Colóquio da Imagem é 70% virtual, mas tem algumas ações presenciais em espaços urbanos. “O tema do colóquio é ‘Ocupação do Espaço Vazio’ e foi chamada uma exposição para fazer parte da programação, a ‘Animal Político’, do Coletivo Brincantes de Imagens. Esse trabalho foi montado no viaduto”, explicou
A Funjope abraçou a ideia de transformar o viaduto numa galeria, chamada ‘Galeria do Ar’. “É maravilhoso transitar e observar as pessoas que, dificilmente, entrariam em uma galeria ou teatro terem a oportunidade de um contato com obras de arte. Um pipoqueiro parando para observar as fotos, a senhora da comunidade, os motoristas passando e observando”, analisou Peixoto. Além disso, segundo ele, a energia do ambiente se transformou com a limpeza, a pintura, o cuidado com o patrimônio público.
“É um viaduto pequeno e aconchegante e, ao mesmo tempo, ficou grandioso. Quando a gente passa, tem um efeito estético. E isso deve ser visto como uma coisa permanente, que é a manutenção e os cuidados com nossos espaços públicos”, completou.
O Coletivo Brincantes, que surgiu em João Pessoa e tem cinco anos de atuação, envolve artistas de vários lugares do Brasil.
Perspectivas da iniciativa – Outras três galerias estão sendo pensadas para compor o projeto. Essa primeira é a Galeria do Ar. Em princípio, a ideia é fortalecer a primeira galeria com uma programação de atividades para que ela possa ganhar visibilidade maior e força dentro da cidade, para que isso se expanda. “Vamos conquistando lentamente esses espaços”, destacou Peixoto.