Com a experiência de quem já deixou a sua marca na música brasileira e, mesmo com 41 anos de carreira, o cantor e compositor Nando Reis segue propondo novos formatos e fazendo provocações ao mercado fonográfico. Ele se reinventa mais uma vez ao apresentar Uma, primeira parte de seu ambicioso álbum triplo – Uma Estrela Misteriosa, com mais um de bônus, Revelará o Segredo. Nando optou por fazer o caminho inverso do que tem sido visto nos últimos anos ao ter lançado, no final de julho, os quatro discos em vinil, mas ir liberando em fases o projeto em formato digital. A primeira parte, Uma, chegou completa às plataformas de streaming de áudio (ouça aqui).
“Uma é o disco número um. Artigo feminino, unidade. Disco das pílulas, dos singles, uma espécie de carta de apresentação, uma paisagem. Um retrato do meu momento, da minha época, da minha idade e de quem eu sou agora”, afirma. “A seleção das músicas obedece a um universo que se relaciona com o título. São canções cuja unidade se caracteriza por um tipo de atmosfera e de emoção na qual eu vejo uma relação, como se fosse um colar de pérolas bem redondinhas”, completa.
Nando inicia o lado A do álbum Uma com a contagiante “A Chave”, que explora a relação de duas pessoas ao capturar o fluxo de pensamento do personagem, que faz associações e rimas inspiradas pela imagem de sua musa. A canção pinta um retrato idealizado da pessoa amada, construindo aspectos que chamam a atenção do cantor. Em “A Tulha”, o artista combina um lindo arranjo de cordas a uma narração autobiográfica, montando um retrato imagético de sua infância. A música homenageia a construção da fazenda da família em Jaú, no interior de São Paulo, onde havia uma máquina de beneficiamento de café, lembrança marcante da infância do cantor. “Azul febril”, canção que traz um delicado dedilhado de violão, nasceu da observação de uma fotografia que retrata uma sala ampla com vista para o Rio de Janeiro. A letra expressa a ânsia de um encontro, da vontade de que aquela sala seja preenchida. “Terra em Flor”, uma das músicas mais enérgicas do álbum, fala sobre o desejo de transformação. “A estrela misteriosa é uma espécie de paraíso a ser alcançado, o desejo de se conectar com seu lugar ideal de plenitude e tranquilidade. ‘Terra em Flor’ é um belo atalho para esse lugar”, explica.
Para abrir o lado B do disco, o músico apresenta “Em Si, Tais E Quais”, escrita originalmente para o duo ANAVITÓRIA – durante a série de shows que eles fizeram em conjunto, a “Turnê dos Namorados”, em 2018. Nando recuperou a canção, cuja letra remete a imagens e metáforas sobre a descoberta e o fascínio por uma pessoa. Em uma combinação de metais, guitarra e bateria, “Coragem É Poder Mostrar” fala sobre um rasgo de coragem, momento em que o personagem admite seus erros de comportamento, com uma dose de ironia e sarcasmo. “Dois Réveillons” é uma música escrita originalmente para Marisa Monte, parceira de longa data do cantor. O artista recheia o arranjo lento e dramático com diferentes imagens e rimas. Já em “Des-mente”, canção autobiográfica sobre a relação com a bebida, Nando canta sobre o conflito na mente de um adicto, que lida com o desejo e a resistência. “Inverso” oferece um encerramento sereno para o álbum, com um dedilhar de violão em que Nando evoca memórias e o desejo de preservar momentos felizes como uma forma de antídoto contra a tristeza.
Além do lançamento quádruplo, Nando se prepara para viajar pelo país apresentando o novo trabalho. O guitarrista Peter Buck (co-fundador da banda R.E.M) e o produtor e baterista Barrett Martin (produtor do álbum e membro da Screaming Trees) participarão de todos os shows confirmados da turnê Uma Estrela Misteriosa, que terá início pela região Amazônica, em 20 de setembro, em Macapá, para celebrar o Equinócio de Primavera, e também tem passagem confirmada por Belém, Manaus, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo, Salvador, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, entre outras. Os ingressos já estão disponíveis (acesse aqui).
